A mídia e a criança

Que tipo de pessoa é mais fácil manipular, a que 'pensa'
ou a que 'não pensa'? 

Ao invés de nos trazer o mundo real, a televisão traz ao espectador uma imagem de mentira, numa luz irreal e dentro de um espaço falso, com pseudo movimento, com um som de mentira, e tudo isso em um tempo igualmente falso. Podemos facilmente imaginar as consequências desastrosas para a fantasia e para o entrosamento da criança no mundo se ela for submetida durante várias horas por dia a essa avalanche de falsas impressões. E notem bem: apenas duas horas por dia significam, em doze anos, um total de quase nove mil horas. Nove mil horas!


Outro detalhe importante: quase todos os canais de televisão pertencem a empresas ou grupos políticos, econômicos e religiosos, que evidentemente, querem obter lucro, e este lucro advém da propaganda comercial. Ora, o interesse do comerciante ou de uma indústria em fazer publicidade por intermédio de um determinado canal de televisão depende, evidentemente, da quantidade de pessoas que podem ser atingidas. A audiência é constantemente controlada por meio de pesquisas, estatísticas, pois bem, como é que se consegue uma audiência numerosa? Certamente não será exigindo dela um esforço mental ou moral. O processo mais fácil para conseguir uma grande audiência é apelar aos instintos mais vulgares da massa e solicitá-los por seu lado mais baixo, no ponto onde o ser humano opõe a menor resistência.

Atenção, senhores pais e mães, as crianças constituem um enorme público comprador em potencial. As crianças de hoje serão os adolescentes de amanhã, e os adolescentes constituem uma enorme massa consumidora. Elas estão vulneráveis nesse processo! Que tal refletir a respeito de quantas horas seu filho passa em frente à TV? Ou que tipo de programas, desenhos e filmes costuma ver? Porque quem anda no trilho é trem, como já dizia o poeta mato-grossense Manuel de Barros. Se não queremos ser uma massa manipulável temos que ter consciência e estarmos atentos, especialmente às mídias, já que eles servem a interesses que não são os nossos, cidadãos e seres humanos em evolução.

Pensem nisso!